domingo, 6 de outubro de 2013

A freguesia de Cabrela

Na parte sudoeste do concelho de Montemor-o-Novo, para sul desta cidade, a freguesia de Cabrela é constituída pela sua sede e pelo lugar de Valancho, que no passado formou freguesia própria. O povoamento do seu termo ascende a épocas muito remotas. Comprova-o a arqueologia, através de diversos vestígios megalíticos (antas) e romanos (diversas moedas). O nome da freguesia parece estar ligado ao facto de, em tempos remotos, a região ter sido local onde proliferava a cabra selvagem. Cabrela situava-se a princípio num outeiro, onde até há alguns anos se viam restos da antiga igreja matriz. Chamou-se de início Aldeia do Pinhal e, a partir do século XVI, Vila Nova do Pinhal. Cabrela foi elevada a vila em 1516 por D. Manuel I, que lhe deu um segundo foral. D. Afonso Henriques já o concedera também, em 1170. Antes ainda do reinado de D. Dinis, que é comunmente aceite como o início do concelho, a vila de Cabrela já tinha justiças próprias, um governo local, etc. Em 1826 foi elevada a Sede de Concelho; perdeu este estatuto com a integração no Concelho de Alcácer do Sal em 1895; passou por último a pertencer ao Concelho de Montemor-o-Novo no ano de 1898. Foi das comarcas de Santarém, Setúbal, Lisboa e Alcácer do Sal. Em termos eclesiásticos, o prior era nomeado pela Mesa da Consciência e Ordens. A nível do património edificado de Cabrela, destacamos a igreja paroquial. Inaugurada em 1625, é dedicada a Nossa Senhora da Conceição. Dantes, era de abóbada e tinha cinco altares, mas sofreu desde a sua construção algumas alterações. Em termos económicos, Cabrela tem como actividades principais a agricultura, a exploração de cortiça, a pecuária, a panificação, a serralharia civil e o pequeno comércio. Vivem neste momento na freguesia cerca de 850 habitantes. Um número que tem vindo a decrescer ao longo dos anos, já que em 1950, antes da vaga migratória que assolou sobretudo o interior do País, esse número se cifrava em cerca de 4300. Era uma das mais populosas vilas do Alentejo. O artesanato, na freguesia, é um dos aspectos evidentes da ruralidade da povoação. Simboliza bem tudo isto um velho artesão, que desde há muitos anos se dedica, ao ponto de se ter tornado uma verdadeira referência de Cabrela, diversos instrumentos de cortes e enxós. Como referia uma publicação concelhia, “a oficina é pequena e arrumada, o fole muito gracioso, e todo o ambiente de trabalho parece pertencer a épocas passadas”. Parece e é, dizemos nós. Refere o “Guia de Portugal” (João Parreira) em relação a Cabrela: “Do alto da povoação, extenso panorama até Palmela, serras da Arrábida e Montemuro. O terreno encrespa-se gradualmente, picado do verde- -negro das azinheiras. Surgem os “montes” típicos, rodeados pelos palheiros e os frascais de mato. Pastagens, e por vezes grandes montados, formando quase floresta”.
Actividades económicas: Agricultura, Exploração de Cortiça, Pecuária, Panificação, Serralharia Civil e Pequeno Comércio.
Património: Igreja Matriz.
Outros Locais: Açude da Cabrita, com Lugar de Lazer e Moinhos de Vento.
Gastronomia: O Geral da Região.
Artesanato: Trabalhos em Madeira e Palha.
Colectividades: Banda Filarmónica e Associação Humanitária da Freguesia de Cabrela.
Orago: N.ª Sr.ª da Conceição.
Feiras: Mercado mensal (1.º domingo do mês) e feira anual (2.º domingo de Junho).
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